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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Projeto Cocoricando ensina responsabilidade aos pequenos de Bom Princípio

Um piquenique de verão no Morro Tico-Tico, na casa da professora Larissa Luft, da Escola Municipal de Educação Infantil Herta Maria, foi o suficiente para que a turma do Jardim A da escolinha voltasse para casa com um novo projeto a desenvolver. O passeio aconteceu no início do ano, quando Larissa e a colega Magale Maldaner trabalhavam no piquenique a alimentação saudável.

Ainda era a semana de adaptação da turminha, mas nem por isso eles deixaram a timidez tomar conta. Foi só ver o galinheiro mantido pela avó da professora, cheio de pintinhos, e imediatamente Larissa e Magale receberam um bombardeio de perguntas.

“As galinhas chamaram a atenção das crianças, especialmente porque elas já haviam trabalhado, em outra oportunidade, a história do sanduíche da Maricota, uma leitura também dentro do projeto de alimentação saudável”, conta Larissa.

E depois de responder qual delas era a Maricota, o que comiam, o que faziam, entre outras indagações, as professoras perceberam o grande interesse das crianças e tiveram a ideia de aprofundar o conhecimento sobre as penosas. Depois de concretizar a parceria com o Programa União Faz a Vida, do Banco Sicredi, nasceu o Projeto Cocoricando.

“Não é um projeto baseado em pesquisa, mas em observação e desenvolvimento da responsabilidade das crianças. As galinhas, que hoje temos na EMEI, são responsabilidade deles. Nós disponibilizamos o alimento, mas quem dá a comida para elas são os alunos, assim nós vamos estimulando a responsabilidade, o compromisso, o cuidado com os animais”, explica Magale.

Como o projeto começou
A primeira parte do trabalho foi feita em maio, com o ovo da responsabilidade. Nesta etapa, cada aluno recebeu um ovo para levar para casa e ficar sob sua responsabilidade. A missão era não deixar quebrar e cuidar dele. “Foi bastante interessante, faz dois meses que mandamos o ovo com os alunos e tem uma criança que ainda possui o dela, inteiro. As crianças também choravam quando quebravam o ovo. Teve uma que quis substituí-lo, mas a ideia era não substituir justamente por causa da responsabilidade e funcionou muito bem”, contam as professoras.

Em outra etapa, os alunos levaram uma galinha de pelúcia para casa, num galinheiro de mentirinha feito com uma caixa e com um caderno de registro para fotos e comentários contando como havia sido a passagem do bichinho por cada casa. “Tivemos registros maravilhosos no caderno. Além disso, conseguimos envolver muito a família, os pais tiveram que confeccionar uma galinha de material reciclável. Hoje temos um caderno que mandamos com as crianças para registrar receitas onde o principal ingrediente é ovo. Este caderno agora deve passar por todas as turmas e vai se transformar em um livro de receitas”, explicam.

O galinheiro
O mais interessante do projeto, é que ele foi ganhando novas etapas, tanto que será expandido. Conforme as professoras, a ideia inicial era encerrar o projeto em junho. Mas novas ideias vão levar até o final do ano o trabalho das crianças.

Uma destas novidades inseridas no Cocoricando foi a construção do galinheiro. “A ideia surgiu de uma brincadeira, quando estávamos falando sobre como seria a culminância do projeto. Levamos a sério nossa brincadeira e pedimos ajuda ao pai da aluna Camila, Edson Luiz Christ, que topou imediatamente ser parceiro na construção. Na comunidade conseguimos o material, na Internet conseguirmos o modelo, e hoje as crianças são responsáveis pelo cuidados de Dorothi e Didi, duas galinhas que, quando chegaram, provocaram um alvoroço entre as crianças”, revelam as professoras.

Segundo elas, quando as galinhas chegaram, foi uma festa. “Na tarde em que elas chegaram, tive que trazer as crianças seis vezes até o galinheiro para ver as galinhas”, conta Magale. O galinheiro levou dois duas para ser construído e está pronto há cerca de um mês. Nas férias, as professoras ainda não sabem como farão com Dorothi e Didi. “Talvez vamos ver com os pais quem quer recebê-las, ou vamos providenciar para que alguém venha cuidar delas”, contam.

E experiência do galinheiro serviu também para inspirar uma proposta de comparação, entre o galinheiro da EMEI, e um aviário, que visitaram para conhecer o processo e ver as diferenças. Dos cuidados com as galinhas da EMEI, apenas a higienização do galinheiro não é feita pelas crianças. Mas é acompanhada, até porque, os resíduos são usados na plantação de milho na horta.

Prazer e diversão com responsabilidade
Segundo Larissa, neste projeto as crianças aprenderam coisas que vão levar para o resto da vida. “Acredito que o projeto seja o resultado de algo que realmente fez sentido para as crianças, pois ao ser um assunto de seu próprio interesse elas puderam aprenderam de forma prazerosa. E vão levar para o resto da vida estas lições, como a responsabilidade e o cuidado que devemos ter com os colegas, a comunidade escolar em si e as próprias galinhas", disse.

Para Magale, no início do projeto não havia dimensão de como seria divertido. Nós buscamos o interesse dos alunos, e tivemos a participação da comunidade e das  famílias, o que foi muito importante para nós. A todo tempo foram prestativos e dispostos a ajudar, tanto, que o resultado maior foi a construção de nosso galinheiro, mostrando assim uma cooperação entre família e escola, que é um dos objetivos principais do Programa União Faz a Vida, do Sicredi, que foi nosso outro parceiro.

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